terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

É um palco, e um palco de sonho,
   Com figuras sem dever,
Cujo sentido é risonho
   Por nada ter de ser.

Interlúdio indecifrável
   Entre sentir e o mundo,
Longe da hora implacável
   O palco, e o pano de fundo

Castelos de um século morto
   Balaústres de esperar
E o drama é no sonho absorto,
   Atores de cor e luar,

Que vivem a música
   Em transparência alheada
Da vida, que é plebe e mulher,
   E da morte, que não é nada.

Poesia de Fernando Pessoa in POESIA 1918-1930.

Um comentário:

  1. Juliana, você e F. Pessoa que me desculpem, mas não entendi a poesia. O tema central é a própria vida?

    Mas independente disso, além de muito profunda, pareceu-me que cada palavra foi escolhida a dedo por um grande gênio poeta.

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